Quem
é aquele
Ninguém
sabe quem é quem
Somos
suposições vacilantes
Brincando
em uma posição
E
a incerteza é a certeza maior
Muito
embora tudo diga que não...
Ontem
um cara sentou a minha mesa
Agitado
e olhos de drogado, disse:
-Eu
sou matador cara... eu mato...
-Grandes
merda – eu disse
Então
ele mostrou o cabo de uma faca...
Queria
me dar certeza...
-Ok
– eu disse
Esse
me parecia um idiota
Ele
se foi.
Então
veio uma moça... ficou me olhando de longe
Uma
mulher de olhos doces, talvez tivesse gostado de mim
Mostrei
a cadeira vaga na mesa... Ela veio
Então
disse: trinta o boquete, cinquenta uma completinha...
Sorri
pra ela, e disse: e o amor?
-Amor
não tem preço – ela disse
Se
foi também.
Uma
senhora bêbada, chorava no balcão do bar
Era
uma tristeza dolorosa, talvez a maior dor deste mundo
Uma
comoção raspou minha alma
Fui
até ela... e a conduzi a minha mesa:
-Se
tranquilize senhora... Não sei o que houve, mas tudo ficará bem...
Ela
secava as lágrimas, mantive silencio
Por
fim disse: Eu quero meu filho de volta...
-Ele
morreu?
-Não...
Ele não quer mais me ver... nunca mais...
Punição
severa, pensei:
-O
mandei escolher, entre aquela mocreia da esposa ou eu...
-Ta
chorando por quê?
-Ele
é meu... meu filho... meu...
Não
falei mais nada
Seres
humanos... todos e seus malditos problemas
Jamais
se entendem
Principalmente você, você é o seu problema
Não
o outro
Somos
estranhos uns para os outros
Ligados
por pontes feitas de neblina
Quem
é você?
Quem
é o outro?
Eu digo
Você
é o bote da serpente
E
águia chocando ovos
O
resquício de um por do sol
E
uma estrela na madrugada
A
surpresa maldita, e o carinho de uma mão estranha
Você
é a oportunidade, e as brasas se apagando
Você
é capaz de qualquer coisa...
E
o outro também.
Luís
Fabiano.
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