Solidão das Estrelas
Hoje o nevoeiro esta mais denso
Um grito vai se afogando
no coração
Lamentos não pronunciados
E mesmo o silencio parece gritar...
Restos de cabelo e caspa presos no pente
Sim tudo grita
Um telefone mudo grita
A televisão sem volume grita
Os pedaços que vamos deixando pela estrada
Passos desconhecidos, em uma madrugada
O gelo que derreteu no copo lentamente como nossa vida
Um gato que mia longe
Cães uivando como criaturas da noite
O mendigo catando comida no latão do lixo ontem
A brisa de uma droga que termina
Trazendo a vida real... e
com ela...
Sim tudo grita
A puta abrindo as pernas sem vontade
Moedores de carne em sinfonia
Aquela freada em alta velocidade quase fatal
O clack da algema no pulso
A folha seca encontrando o solo num beijo terminal
A semente do que desconhecemos...
O olhar de despedida ... Uma última vez
Uma navalha agitada ao vento
Grita, grita, grita...
Os acordes de um violão terminando a canção
Deus
Tanta solidão e beleza
Um desconhecido estendendo a mão de verdade
Tornado a esperança possível em resto de humanidade
Tantos gritos que não ouvimos
Tudo que passa batido
Como um garrote frouxo e sem brilho
Somos assim...
É preciso perder para querer ganhar...
Lambemos a escuridão para encontrar o sorriso das
estrelas
Eu, você e todos...
Procuramos nossa estrela solitária.
Luís Fabiano
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