Sem dor e sem Esperança
Nutre em ti o que não se nutre
Dispensando as sombras tardias
Nos entardeceres sem nexo, sem sexo, sem gosto
Tempo que não se perde
Afagando tuas asas tolhidas ontem
Num zíper entre aberto
De lembranças sem fim
Manchas que se apagam em um criado mudo
Não...
Estende tua teia luminosa
Seiva e lagrima
Na ausência de todo o segundo querer
Ancora tuas verdades
No que brota naturalmente...
Em simples beijos
Em desejos gratuitos
Em belezas escondidas
Creio sim...
Que dentro de ti e de mim
Há quartos não visitados
Camas não dormidas
Chamas serenas que não se apagaram
Impecáveis vitrais coloridos feitos de teus sonhos
Casulo onde segredamos, o véu das dores desfeitas
O nó, sem nós
Sim...
Somos o fauno do labirinto tremulo
Lama querendo evaporar
Nestas vias meio
perdidas
Somos o que somos
Unhas, dentes e espirito
Ternura em desafio, num declive de angustia
Rompendo os elos da cegueira
Com o daninho fenecendo
Nem esperança
Nem dor.
Luís Fabiano
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