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terça-feira, janeiro 08, 2013




Selva do Amante Latino

Algumas baratas andavam pelo apartamento. É estranho, mas as baratas que habitam o quinto andar, o quinto inferno, parecem não ser tímidas como as “normais”. Será que elas andaram bebendo meu rum?

Elas desfilam pelo AP, durante o dia, dando uma banda tranquilas, sem medo algum. Chego a pensar que o invasor do espaço delas sou eu. Talvez eu seja. Vocês sabem, eu odeio naturalmente Ongs que protegem animais, o Deus Salve as Baleias, o Greenpeace e outros tantos caras deste estilo. Mas eu não mato as baratas. A bem da verdade as considero melhores que muitas pessoas que conheço. Não foram poucas vezes, alta madrugada, elas me fizeram companhia. Nem telefone, nem e-mail, computador, nem uma carta nada... Apenas as baratas e o rum. Talvez em respeito a esta amizade, eu não as mate.

Tenho uma ética duvidosa, sem duvidas, com um senso de justiça próprio, onde o ato em si não pesa nada... Mas o que há por detrás do ato sim... Me disseram que sou filho da puta, por causa disso. Eu me sinto justo sabe. 

Tomo as rédeas e faço o que quero. Ultimamente mais do que nunca, a opinião das pessoas tem se tornado cada vez mais desimportante. Nunca foi muito. Não faço nada para agradar o mundo. Agradar deve ser uma consequência natural, como plantas que crescem, rosas que desabrocham o orvalho matinal. Sem predefinições de nada. Mas a porra não é assim, não é meu ? Você precisa agradar alguém sempre...precisa... Precisa se prostituir um pouco? É ? Agrade ao seu chefe, ao patrão, a mãe, aquela mulher geniosa a puta que pariu, agrade. Tudo bem. Relaxe, tá tudo bem.
Fui arrancado da profundeza destes pensamentos sórdidos.

Gosto de me perder no que penso, gosto escarafunchar as feridas humanas, ver a ferida fresca, com pus e sangue. Minha poesia bizarra nos requintes de um carinho lascivo, como uma dor pornográfica.
Na telinha do micro, a mensagem de Marisa brilha: Fabiano, tô com muito tesão, e o meu marido foi viajar e vai voltar apenas em dez dias... Então negão, eu quero até o teu osso.
Creio que comecei pelo lado errado a historia. OK.

Tenho um caso com Marisa a um bom tempo. Gosto dela por ela ser uma vigarista profissional. Tudo que pensa e vive é dinheiro, o sonho dela é ser um caixa eletrônico cuja fenda dos cartões é a buceta, onde apenas entra o cartão e os valores sem jamais sair de lá. Daria a xoxota para o diabo se fosse necessário, para levantar uma boa grana.

Ela faz o tipo dama. Mas a xota dela é musculosa, capaz de arrancar porra até de um jumento. (conto isso em detalhes depois). Nos conhecemos durante um papo num atendimento de informática. Fui ver instalar o microcomputador novinho do marido dela... E lá estava ela. De minissaia preta, curta e mesmo se ter conversado com ela... percebi que seus “garrões” eram bem grandes. Ela percebeu meu olhar para as suas cochas e em um dado momento abriu as pernas, e ficou me olhando, o marido dela estava na outra peça da casa. Entendi tudo.

A vida é assim. Ela foi sincera comigo, expondo sua faceta sórdida e meio cruel. É preciso coragem pra fazer isso. Ela não tem dramas de consciência, creio que jamais soube que é isso. É o que costumo dizer, a sinceridade, mesmo sendo para te mostrar o pior lado, estabelece uma confiança que não é rompida. Confio em pouca gente, mas em quem confio é para sempre. Tive outras mulheres oportunistas, ladras, cretinas, putas, que traiam, que se achavam muito espertas. Mas com estas eu me comportei como uma cobra adormecida, dei o bote depois.

É assim, sinto o cheiro da falta de sinceridade e cretinice de longe, um cretino conhece o outro.
Naquele dia mesmo eu enfiei a mão naquela buceta completamente careca de Marisa, estava com uma calcinha mínima, as que gosto. Ela sempre mantem assim sem pelos, ela seguia falando com o marido que estava na outra sala... Arredava a calcinha e estava encharcada, uma puta mestre.

Deus, o paraíso é assim, tem que ser... uma calda de buceta numa ilha de adrenalina. Ela dizia que o cara era um broxa... Bem os broxas dão excelentes assassinos. Mas nunca aconteceu nada, ao menos até hoje. O tempo passou, e confiança torna-se mais importante que amor. Não nos amamos, mas temos uma confiança interessante. Ela disse que vai ficar com o cara da grana pra sempre... E eu serei o seu comedor eterno. Ai caralho... Por vezes penso: porra Fabiano, tu deverias te acertar na vida, deveria deixar essas coisas pra trás e ficar mais tranquilo, mais em paz. Mas aí, vem outra situação e extermina com estes pensamentos, e vou ao abismo novamente, batendo minhas asas em chamas, redimindo o meu folego em direção ao paradouro.

Fudendo com o que posso. Destino isso? É talvez amigos, talvez seja o plano de Deus ou do diabo para mim... De forma que desisti de tentar organizar alguma coisa. Deixo a trilha decidir o que vai ser, deixo a vida me conduzir e tento extrair de tudo a minha volta um pouco de felicidade... É assim que venho sendo feliz... No meu jeito, um pouco aqui outro pouco ali.

Minha  vida é relativamente curta ou longa eu não sei. Quarenta anos uma quantidade de ex-mulheres considerável, uma quantidade de mulheres que comi aqui da cidade... Um salto de lembranças afiadas, algumas poucas boas.
Respondo o e-mail de Marisa: Marizinha... Minha gostosa, tudo em paz? Espero que sim... Sabes que conosco é tranquilo, você é minha bucetinha querida e creio que isso e mais confiança, é tudo que temos. É só dizer onde e quando, vou estar lá... Você manda afinal a casada é você...  Um beijo na buceta e uma lambida no cu macio. PS- Por favor, não tome banho... Venha suada de um dia inteiro, nem lave as partes intimas, seja exatamente como a vida é... meio limpa e meio suja. LF.

Gosto de escrever estas coisas. Mas raras mulheres tem este gosto literário. Elas gostariam que eu fosse filho da puta apenas com elas e depois na real fosse um outro tipo de cara, o que diz, venha limpinha e cheirosinha me esperando. Mas quando você compra um pacote você compra ele por inteiro. Sou isso, meio brutal, primitivo, uma catapulta de emoção atirando no abismo, e depois me enfiando no seio da terra, beijando e comendo a tua merda, o coração com alma e as vísceras fumegantes... Exatamente como você agora.


Luís Fabiano.



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