O que desaparece
Me incomoda um pouco como
as coisas desaparecem...
Areia do deserto virando
nada
Os rastros ficando invisíveis
As trilhas perdidas de si
mesmo...sem ancoras
Sendo engolidas por outras
coisas
A mancha de batom na gola,
sumindo a cada lavada...
Não gosto de copos vazios
Espaços vagos por longos
períodos
Arranhões se apagando na
pele
Lembranças que foram
cultivadas com carinho
Fortalezas em musgo, aceitando
a digestão do tempo
Aquelas pessoas que foram
como foram...
Tornaram-se diferentes
hoje...
Como o dente da serpente
A presa em mim e em ti...
Gosto das ondas do mar
Jamais se repetem
Uma nova onda, uma nova
onda e outra nova onda
Mas que não te deixa só
O perene traço que não
sepulta formas
Como o milagre a cada
respiração agora
Um aquário de peixes...
Que morreram um a um...
As virgulas faltantes de
um texto...
O castigo que não sabemos
de onde vem
Nos fazendo sofrer por
algo errante...
Sim tudo desaparece
Nos também iremos
desaparecer
E isso só terá sentido
Se você fez algo que valeu
a pena...
A pena a dor, o amor, o
semblante de satisfação
Não tenha pressa...
Mas faça.
Luís Fabiano.
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