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sexta-feira, janeiro 04, 2013




Navalhadas Curtas: Uma pedra nem tão longe...

To chegando ao portão do prédio. Um cara magrelo, olhos esbugalhados, boca trincada, ele parecia uma animação de terror, sujeira, magreza, fedor e desespero...

Ele chega à janela carro:
-Tio... tio... Uma pedra... tio uma pedra...agora...uma pedra...pedra...

Entendi tudo na hora... Tava “noiado”. Que merda...

-Não trabalho na área da construção civil – disse pra ele...
-Hã... o que? Hã? Tem pedra? Uma pedrinha por Deus... uma pedra...

Fiquei analisando aquilo. Eram três da manha... Aquele cara tava infeliz, uma muralha de desespero... Talvez ele fizesse merda a qualquer momento? Talvez ? Eu não tinha medo. Nunca tenho.

Foda-se, uma pedra a mais ou menos não faz diferença em nada. Tinha cinco reais, dei pra ele. E ele ficou mais feliz que a mulher que estava a horas atrás. Ela apenas bebeu demais e o sexo não aconteceu. A deixei vomitando massa em casa.

Ao menos alguém ficou feliz hoje.

Luís Fabiano.


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