Navalhadas Curtas: O Valentão
Vez por outra nos bares que frequento, pinta um cara
neste estilo. Macho pra caralho, o fodão, o pirocudo desta galáxia... Normalmente
chegam fazendo muito ruído.
Quem faz ruído demais, costuma ser um merda. A vida
ensina. Eu estava sentando a mesa, sozinho bebendo rum, então:
-Ta pensando o que meu... Quando cheguei lá... o puto já tava
com medo...
O cara entrou aos berros no bar, uma sirene de ambulância
feita de idiotice. Conversava com outro comparsa, concordava com tudo. Não me
abalo.
-Cheguei em cima dele, e já dei o intima: O malandro, que
tu disseste pra minha mulhé? Ele disse que não havia dito nada... E se mijou...
Aquilo foi lindo... era um cagão... Os caras quando olham meu bíceps já sentem
a pressão... sabes como é sou foda...
O idiota contava vantagem demais. Do tipo, eu faço tudo e
não dá nada. Naturalmente já comecei a odiar este cara. Mas também não iria
tomar nenhuma atitude. Não era problema meu, então que se fodam todos.
Nestas horas você espera que algo aconteça. Um sinal do
céu. As pessoas do bar estavam incomodadas com a situação, um inconsciente
coletivo em ebulição.
Então o Leco entra no bar. Muito bêbado e sujo como de
costume. Ao passar pelo valentão esbarra nele...
-O seu bêbado filho da puta... Olha pra onde anda... (
disse isso empurrando o Leco que caiu e bateu forte com a cabeça...e sangrou)
Aquilo foi uma gota d’água.
A dona do bar puxa um porrete de ferro, debaixo da mesa e
coloca sobre o balcão:
-Escuta aqui... Aqui quem empurra os meus clientes, é
apenas eu... Caiam fora agora... Vazem...
O Valentão viu o tamanho daquela mulher, que mais lembrava uma lutadora de sumô da liga profissional, e fica na dele. Cala a boca e sai de fininho, sem
encrencar mais.
Aquilo foi uma trombeta tocando por toda Pelotas, sob os aplausos
dos frequentadores.
Luís Fabiano.
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