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terça-feira, dezembro 11, 2012




Navalhas Curtas: Cerveja e uma dose de solidão

Quando chegamos no posto, ele já estava ancorado lá. Havia bebido muita cerveja barata, talvez seja o que a grana deu. Lembro disso em minha vida, tempos difíceis. Bebia cachaça pura, tinha péssimos casamentos e um trabalho de merda.
Recordei tudo isso num relance. Que porra.

Sentei com meus amigos Maciel e Júlio. Como disse Júlio: aquele momento era uma das melhores coisas da vida, estar com amigos e uma cerveja. Estávamos relaxando, depois de uma tarde de gravação. Não precisamos realmente de mais nada.

Então o cara bêbado, que nos olhava conversar... Queria se enturmar, ergueu-se da sua mesa, e veio perguntar vacilante a nós:

-Então... então... Eu posso?

Ele apontava para uma cadeira vazia em nossa mesa. Na hora entendi o que calava naquele momento. Sou calejado com bêbados. Eu respondi.

-Não vai dar... A gente tá conversando agora... depois...

Ele nos olha com ar triste, diz algo inaudível e torna-se a sentar na sua mesa. Sua ilha, seu mar de solidão. A cerveja sobre mesa estava vazia... E como um anestesiado, o cara foi apagando e adormeceu de lado ali mesmo.

Maciel me pergunta: Conheces?
-Nunca vi cara... Mas pelo quadro tu já sabes a historia dele cara... Isso se chama solidão. Maciel fica me olhando... E Julio faz seu típico sorriso lateral...

Pegamos outra cerveja.

Luís Fabiano.


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