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segunda-feira, dezembro 10, 2012




Navalhadas Curtas: Chuchu, Vírus e uma chata

O calçadão nesta época do ano, fica mais insuportável do que já é normalmente. Eu precisava pagar algumas contas, e meu desejo é não encontrar ninguém conhecido. Filas insuportáveis e pessoas comprando aquilo realmente não necessitam. Foda-se, essa é a porra do natal afinal.

Então eu coloquei o pé no calçadão, e Lucia me viu... E veio rápida em minha direção. Ela é uma cliente que não atendo mais. Ela imagina que sou técnico vinte quatro horas do dia... e gratuito, chora para pagar e isso definitivamente me irrita.

-Fabiano... mas que bom te encontrar... Eu te ligo e tu não me atendes... Por que hein?
-Oi Lucia... Eu também estou bem. Casualidade Lucia, as vezes não posso atender... sabes como é, desculpe... É a vida.

Pensei comigo: porra, que essa puta não me pergunte mais nada, não hoje... 
Por favor, Deus... Se existes, mata essa mulher please!

-Tá ok... Fabiano, acho que micro esta com vírus, ele tá muito lento...tu poderias ir lá em casa novamente? O chuchu ta com saudade de ti...
Ela falou isso com um sorriso estupido no rosto. Chuchu é o nome do cachorro chato dela. Naquela casa tudo é chato.
-Legal Lucia... Mas assim, eu ando meio ocupado...
-Mas larga as tuas ocupações  e me atende... Hoje... Vai hoje lá? Vai, vai, vai...

Nunca perco o controle. Sou cínico, educado e frio. Olhei para ela, aquele sorriso, as sacolas nas mãos e um vestido justo , tudo combinava, e apenas disse:

-Lucia, não vou te atender este ano... E acho que nem no ano que vem... Nem por um milhão de dólares... Nem que prestes serviços sexuais pelo resto da vida...

O sorriso dela se foi. Ela me olhava meio pasma. Ficamos em silencio alguns segundos, nos olhávamos... Então ela repentinamente tornou a sorrir e disse:
-Fabiano tu és muito engraçado mesmo...
Deus não havia escutado as minhas orações...
Ela não entendeu nada.

Luís Fabiano.



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