Subentendido
Sempre fui péssimo nos cálculos
Lembro como me tratavam como um imbecil
Professores, colegas e parentes...todos
Talvez eles tivessem sua razão
Meu mundo sempre foi o paralelo confuso nas amarras
Então meu silencio
Me salvava e os confundia
Tudo subentendido
E como se olhassem vitrines feitas de merda fresca
Tudo estava pronto e perfeito em suas cabeças
Moldes deformados da vida
Confesso que sempre gostei
Das péssimas impressões que causo
A contrariedade sorri
Como se o cu tivesse dentes
Mas basta um olhar terno de alguém
Quando as garras afiadas riscam nosso coração em uma noite
E tudo ficará bem
Como uma prece, um mantra e um ponto
A minha nudez e tua, são teias da alma
Quando o inesperado nos encontra carinhosamente
Somos um pentelho Divino... e é assim
Rita a travesti, cancerosa distendida naquela cama magra
Me olha nos olhos, uma ultima vez
E tudo é um apelo
como ancoras lançadas para estrelas
Nosso silencio é uma serra muda
Mudando destinos
enfiando despedidas
Nem um ai, nem tchau ou mesmo adeus
Apenas abrir as asas e partir.
Luís Fabiano
Nenhum comentário:
Postar um comentário