Navalhadas Curtas: Justiça das Ruas
O mundo está violento, inegável. Força bruta e ignorância,
é sempre a mesma merda todo dia. Não esquento a cabeça como você, nem tomo
partido de ninguém.
Estava passando pela Praça Coronel Pedro Osório, e um
casal discutia de igual para igual. Diminui o passo e esperei as porradas. Previsivel. Não
demorou muito e ela o acertou na cara, o cara sentiu e revidou, ela caiu no
chão, mas parecia estar bem, não sangrava. Levantou-se e acertou novamente o cara agora mais forte...
E não sei exatamente o porquê, percebi que eles se
amavam. Já tive este tipo de amor, damos e levamos umas porradas por uns minutos, e depois
trepamos com ternura de amor eterno.
Não me meti naquela merda, e não meteria. Eles se mereciam.
Uma mulher para ao meu lado nervosa:
-Moço, separa eles... Ele vai matar ela... Eu chamar a...
Realmente as pessoas não sabem nada de nada, pensei:
-Sei, mas quem a senhora acha que é a vitima? - Eu disse.
-A mulher é sempre a vitima...
Sorri. Ela tinha o discurso pronto como todas as pessoas
que não pensam.
Neste instante magico da vida, a mulher acertou o cara nas
bolas... O mesmo despenca chorando no chão como um bebe...
Olho pra mulher ao meu lado... Ficamos nos olhando e cúmplices de um crime, ambos sorrimos.
É isso que digo, ela também não prestava.
Luís Fabiano.
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