Navalhadas Curtas: Céu, celular e Coriza
Estou deitado olhando o teto. Gosto de ficar fazendo isso
as vezes, em silencio, como um anormal. Vejo formas interessantes, nas teias de
aranha. O celular toca como se fosse um arranha-céu despencando sobre mim.
Numero desconhecido, isso sempre piora tudo.
-Alooooo
-Fabiano... confessa...( a referida voz, estava em
lagrimas e fungava muito o ranho... pelo que pude ouvir...)
-Hãm? Confessar o que ? Quem tá falando?
-Confessa... que tu não me queres mais...vai... que eu
não presto... que eu...
Sem um nome, as vezes é difícil saber quem é. Além do
mais, com lagrimas, ranho e desespero todos parecemos tão iguais... que merda
Fabiano. Fiquei em silencio deixando o barco fluir...
-Não sei de nada – eu disse
-Tu não me queres mais, eu não presto pra ti né?Sou
dispensável... como lixo...
-Eu nunca disse isso... mas quem é hein?
-Faz meses que tu não me vê... então é porque acabou...
mas amor cara, não é assim...
As pessoas acham que se ver todos os dias, é estar próximo...
não espero que entendam meu jeito. Meus casamentos acabaram todos...e eu estava
muito próximo...
-Bem as vezes...
-Não Fabiano...não e não... acabou cara, eu sei que acabou...fim...
-Bom você ta decidindo tudo...
-É...( houve uma fungação de ranho do outro lado ) então
ela desligou subitamente.
Não gosto de telefones tocam de madrugada... e como
sempre, as pessoas tomam as decisões por mim.
Fiquei como um catatônico voltando ao silencio, ao teto e
as teias de aranha...
Luís Fabiano.
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