Serpente Calada
Um comportamento completamente sóbrio
É um caos...
Como algas banhadas no cuspe dos anjos
Uma espécie de falência com dentes cariados
Quando tudo pulsa uma vida além, do que posso consumir...
A sobriedade plena é uma merda...
Quase tão ruim, como a total insanidade
Fico tranquilo, enquanto a merda vibra gostoso nas minhas
tripas
A ave Maria do bucho regurgitando ofensas
Como o amor que movimenta o coração as vezes...
As putas decadentes fazendo programas por vinte reais
Um cão aprisionado no fundo do quintal, latindo para o
vento
Contido, mas não morto
Fudido, mas não totalmente
Em minhas entranhas, uma serpente em enrodilha muda
No canto mais escuro do quarto, debaixo da tua cama...
Com uma fúria carinhosa, de dentes afiados esfregando
escamas
A espera da vitima desatenta
Que esta masturbando o cu com a felicidade suprema
Nunca há pressa
Pois o que mata e o que vive,
Existe e deixa de existir
Muito antes que percebamos
Você já mexeu no seu canto mais escuro?
Ou lhe faltam culhões alados para isso?
A serpente é a piroca do diabo...
Deslizando pela alma a procura do cu sagrado
Fazendo distorcer os sonhos
Tremendo a realidade tudo
Então decidi fazer um bom negocio
Alimentar a minha serpente
Para o que o mal não seja um veneno
Que meu veneno seja mais doce
Como um beijo dado com amor ao amanhecer
No esconderijo de meus olhos que brilham
Amor serpente
Escuro desejo
A agulha sem linha sobre um estante
O ponto despejando saudade boa.
Luís Fabiano
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