Ousadia de Pilastra
Não sei o que há com elas
Em tempo tão proeminente de sexo rasgado
E labirintos difamados da enganação fácil
Turbinadas como concordes do encanto
Comportando-se como teco-teco
Ok, talvez a culpa seja minha
Sou um zepelim de chumbo a cento e noventa
Ansiando pelo inesperado
Sempre a caminho da foda dourada
Numa chuva de amor ou mijo
Mas não acontece nunca...
Existe tanta etiqueta no trepar
Uma provocação angelical simples
Que me causa asco
Mas ás vezes acontece... algo
Uma calcinha mais ousada, um salto alto pisando meu pau
Um tapa lá que outro, uma mão que explore além de todos
os limites
E tudo termina em abraços num barquinho de amor
Nada contra abraços
Mas onde está a mulher capaz de violentar?
Toda esta propagando de ousadia é falsa
No fundo, homens e mulheres ficam como são
Como cavalos em suas baias, frágeis excitados de almas doces
Tentando gozar entre os santos, fingindo-se de demônios
Foi o que aconteceu
Ela manteve as linhas normais e isso foi suficiente
O trem não descarrilhou, nada de tornados alados
Nem sequer uma gota de sangue para alimentar o vampiro
Depois acendemos um cigarro e ficamos olhando para o teto
sujo
Um silencio enfumaçado, o orvalho que ninguém vê
Entre nós um abismo cego de proximidade
Creio que isso é tudo, então?
Ela se diluiu como uma gelatina ao sol
Talvez eu também...
Então começo achar que alma atrapalha o corpo
Foda-se... Talvez melhor esquecer aí...
Devo ser muito primitivo
Um anjo de asas arrebentadas
Quero os gritos, quero a loucura, que caguem, mijem e
gozem em mim
Com a mesma naturalidade de um botão em rosa ao amanhecer
E que entre nossas almas rasas
Exista uma cachoeira de merda incandescente e profunda
que sorri
Levando-nos ao destino
Seja-la qual seja...
Luís Fabiano.
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