Navalhadas Curtas: Rendas da Verdade
Vizinhos mais vizinhos, porra porque estes caras são tão
chatos? Chego tarde da noite, levanto tarde de dia. Pouco me interessa, quem lava, caga, fode ou mija. Mas eles têm tempo demais. Grande problema isso, tempo demais
sobrando para quem não sabe lidar com ele, com toda certeza da merda.
Estacionei o carro no prédio e desci, então como
uma poesia erótica de proposito, uma calcinha alada caiu sobre a capota do
carro. Uma gaivota de seda com rendas suaves em tom avermelhado... Peguei a calcinha,
e olhei pra cima. Na janela do terceiro andar uma moça me encarava... parecia não
muito feliz de me ver com a sua calcinha.
Sorri pra ela. Naquele momento éramos muito íntimos. Mas tais momentos
são assim, breves como um tiro na cabeça.
-O senhor... o senhor pode largar a minha calcinha ai no
chão mesmo!!
-Oi, tudo bom? Não queres que eu te leve aí, não custa nada ?
-Não, não, o senhor deixa ai mesmo no chão, o senhor nem era
para ter tocado nela assim...
Trouxe a calcinha limpa para perto do nariz... cheirava a
alvejante, algo que jamais lembraria uma buceta... senti nojo daquela limpeza toda.
Ela se aborreceu mais.
-Que isso senhor? Isso é abuso viu... vou contar pro meu namorado... que
o senhor tá fazendo.
-Calma moça, calma... Tenho certeza absoluta que teu namorado nunca cheirou a tua calcinha usada assim, né?
Houve um silencio inesperado, então ela se deu conta...
-Hã?Como é que é?
Joguei a calcinha no chão e subi para meu Ap.
Luís Fabiano
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