Navalhadas Curtas: Mamando no Ego...
Havia tomado o primeiro gole de rum, e por um acaso
misterioso caiu como um porco espinho pela garganta. Isso nunca acontece. Fui
ao banheiro do bar, vomitei a alma. Senti o alivio de uma confissão. Fiquei
tentando identificar no meio do vomito, as partes de qual alimentação... Um
quebra cabeça macabro, sabem como é, é como olhar a própria merda depois de
cagar.
Voltei pra mesa. O estava cheio, todas as espécies haviam
saído suas tocas famintas, e a noite parecia promissora.
Gosto sentar sozinho, como um pescador do inferno. No
Telão Seu Jorge fazia o som, uma boa energia no ar. Creio que podia terminar a
noite assim. Não sou ambicioso. Então Babete entra. É uma travesti que conheci
por aí. Estava muito transtornada, com raiva e o rosto estava sangrando um
pouco no supercílio Jogou-se na cadeira vaga:
-Não acredito... Porra... Como cai nessa de novo... olha
o estrago...
-Boa noite Babete, hei que deu?
-Um cliente me jogou porta a fora com o carro, com ele em
movimento...
-Bah, o boquete deve ter sido horrível...
E no meio daquilo, ela realmente se ofendeu, o ego esta
presente onde menos esperamos. Pingos de sangue caindo sobre a mesa e dentro do
copo... Parei de beber.
-Como assim? TU TA LOCO CARA? O MEU BOQUETE É O MELHOR DE
PELOTAS!!! TENDEU!!! EU CHUPO UM PAU COM MAESTRIA... MINHA BOCA É DE VELUDO...
-Calma Babete... eu apenas...
-TU APENAS O CARALHO CARA!!! TU NUNCA DEIXOU EU CHUPAR
TEU PAU... QUE SABER, VAI A MERDA FABIANO...
Levantou e saiu. Todos me olhavam.
Luís Fabiano
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