Navalhadas Curtas: Lobo Nocturna?
A arte da guerra de Sun Tzu já diz: nunca deixe um
inimigo sem saída... Por que quem não tem nada a perder, vem pra cima de ti. Isso
não tem nada haver, mas me parece bom.
Estava sentado no bar. Era um daqueles dias fracos, pouca
gente numa segunda-feira, e o banheiro estava entupido grosso, você sabe como
é? Cagalhões transbordando. Dava pra sentir o cheiro de mijo de merda da onde
eu estava. Isso não importa... Afinal é um cheiro humano.
Então um cara entrou bem nervoso. Olhos esbugalhados, boca
trincada e respirando agitado. Fazia aquele tipo, um canhão pronto pra fazer
merda. Ninguém deu bola pra ele. Estamos acostumados com toda espécie de doentes...
Ali era mais um.
Ele pediu uma bebida... Vodca com gelo, e tomou a
primeira dose num gole só a seco. Então começou a uivar como um lobo. Acho que
queria atenção. Eu comecei a rir... O cara uivava bem até. Então ele veio até
mim, parecia estar com raiva:
-Cara tu estas rindo de que hein? Eu sou o lobo da noite...
o Wolf nocturna...
Ri ainda mais.
-Tu bem cara. Eu sou a vovó da Chapeuzinho Vermelho,
fique a vontade... ok?
-Cuidado cara... Tu podes morrer... eu estou armado...
-Já estou morto brother... Relaxa ai...
Achei ele um saco. Já conheço o tipo, faz todo um show...
E as vezes algum otário acredita nisso. Mas quando se vive a noite, se sabe que
quem faz algo de verdade, faz calado, lobos noturnos não uivam, sussurram. O
cara era um trouxa.
Ele uivou novamente. Cara chato. E todos nos olhamos e alguém
gritou lá do banheiro com voz rouca:
-Oooo Francisca... Traz ele esse lobinho aqui... Pra
conhecer as instalações do banheiro aqui... Ele vai curtir, há, há, há...
Quando olhamos novamente, o cara tava saindo pela
porta... Ele era mais um cagalhão caindo pra fora da latrina.
Luís Fabiano.
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