Navalhadas Curtas: Chato incrivelmente Chato
O bar estende seu tapete vermelho invisível. Como uma
valsa de desgraçados de toda espécie, brilhando em uma noite vazia, bebendo,
drogando-se, sorrindo e fudendo as esperanças tórridas.
Goles de um vinho ordinário embalam minha noite.
Importante quebrar toda a rotina.
Então o Cara entra.
Chamando muito atenção pelo tamanho, musculoso, bombado tipo pittbull, jeito
aberrante de vestir. Verde limão é foda...mas...
Então se senta-se à mesa do meio. Liga o celular
despertando, como se estivesse acordando pela manhã... Sorria sozinho como um
idiota ao som do insuportável despertador...
E essa agora? Tem cada um.
Aquilo foi irritando os frequentadores... Mas existia o
problema, o tamanho do cara... Sabem como é... dependendo de quem é, dosamos
nossa irritação. Eu estava bêbedo... e um pouco disposto, mas não tão louco. Educação
as vezes resolve.
-Boa noite cidadão... Poderia conversar com o amigo um
instante?
-Beleza... Qual é meu?
-Relaxa camarada... Seguinte, será que tu poderias parar
o teu celular? Tá fazendo isso há quinze minutos... porra...alivia meu irmão...
-Tais dizendo que não gosta do meu telefone?
-Não, teu celuba é bacana... mas acho que todos já
estamos despertos... sabe, beber tranquilos...
-Sei... E seu não desliga? O que vai acontece?(falando
alto para todos ouvirem)
Já tava me sentindo um pouco injuriado... tamanho não é
documento... E sabe como é... todos os homens tem bolas...pelo menos duas... ao
menos os normais...
-Nada não cara, apenas eu vou embora, a cidade tem outros
bares, eu me mando, deixa assim...
-Então te manda otário...
Nestas horas é bom não ter uma arma. Me mandei... Mas
vocês sabem como é... o diabo nunca anda sozinho. Quando eu tava saindo na
porta, um velho bebum dali me disse:
-Fabiano... Tá vendo aquele carro ali, prateado, é do
fortão ai...há, há,há...
Sorri...
Eu estava com uma chave muito aguda nas mãos... A
vingança é um prato que se come com tempo.
Luís Fabiano.
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