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quarta-feira, julho 11, 2012




Morta Viva – Puta encantada

Chico tinha sempre ideias estupidas. Não creio que seja culpa dele, somos assim movidos por coisas estranhas, paixões descontroladas e uma perene loucura que asfixiamos, para não irmos parar em casas para loucos.


Falava naquele tom de sussurro fungando o nariz, uma confidencia ao vivo:


-Fabiano... imagina cara... boa cena, to até vendo... eu beijando aquela boca fria... que não se mexe...há. há ,há... tirando a roupa...
-Chico... eu não tenho nada contra cara... afinal amor é amor, morto ou vivo... mas acho meio complicado de realizar isso né... mas vai em frente...
-É, teria que estar na hora no local certo... na hora certa... no momento certo... bah... só de pensar fico de pau duro...há, há...


Fiquei olhando pra ele. Parecia meio fora de si meio mongo... falando aquelas coisas. Eu media o quanto aquilo seria verdadeiro... ou era apenas fogo de palha. Vocês sabem como é... uma coisa é falar que se quer... outra coisa é fazer de fato... puta que pariu...é uma longa distancia... não confio em faladores.


Chico não é necessariamente meu amigo... é um conhecido de bar... parceria de copo. Durante o dia ele é um cara mais ou menos normal. A noite ele vira uma espécie de super homem as avessas. Bebe demais... cheira outro tanto... fuma maconha ou crack... me disse que já se picou algumas vezes.


Olho para estas coisas como se fosse uma espécie de museu, não acho graça. Acho interessante este jeito dele de levar a vida. Afinal a grana parece que não perturbou sua verdade... talvez apenas tenha se tornando um porra louca como tantos que conheço...


-Chico isso me faz lembrar uma boa situação que vivi...


Ele afivelou os ouvidos para ouvir... parecia ansioso e chapado demais. Eu definia em mim, se inventava uma historia e criava um deboche final da cara dele, ou contava fatos reais como são. Gosto do peso das coisas reais. Elas caem como um golpe no estomago você sabe que dói... a ficção respira uma falsidade que me causa vomito... decidi contar a verdade.


-Eu tinha uma mulher Chico... muito louca. Alias, ao longo de minha vida a loucura fez desfile ... eu tinha uma boa disposição pra isso. Gostava de viciadas, suicidas, depressivas, sequeladas de toda sorte... eu escolhia a dedo...


Chico pede mais um dose dupla de rum para ambos. Gasolina em um incêndio, a pólvora adormecida em um tonel, nas proximidades de um cigarro em brasas.


Bebi mais um gole...
-Bem nestas condições, era uma questão de tempo... para a merda viesse. É sempre assim... minhas relações duravam alguns poucos meses... muitas vezes era pura diversão... a eternidade é uma ilusão vazia, ainda que se fique vivo, tudo muda... ainda bem que muda. Ainda lembro bem cara... a Jordana era incrível. Louca como uma égua no cio sem fim. Tinha uma criatividade sexual invejável... sempre inventava algo diferente... de algumas coisas gostei, de outras, bem, nem tanto. Eu chego em casa sempre cansado. E lá vinha ela dizendo: hoje faremos isso...faremos aquilo... assim assado... e as vezes eu estava disposto a entrar no jogo. Fantasias sexuais é um campo minado... descobre-se coisas sutis da outra pessoa, quando se esta realizando.


Chico não piscava os olhos... parecia uma vitima hipnotizada pela serpente.


-Naquela semana, ela estava numa de se peidar na minha cara... enquanto se masturbava ate gozar. Até achei legal... porem naquela semana ela havia comido batata doce... o cheiro não é dos mais doces, mas era excitante ver o “olho de boi” se abrindo e saindo aquele fedor... enquanto eu a lambia... Jordana ficava inebriada... com um êxtase meditativo dos santos... gemidos de realização, um mantra, um coro de vozes entoando hosanas. Gostava daquilo.
Um outro dia eu chego em casa e encontro a casa toda escura... silencio absoluto... uma aura densa, como se um desastre tivesse ocorrido ali.
Fui entrando devagar... a espera do pior, estava preparado para enfrentar o que de pior o ser humano conseguir criar... então no chão, encontro Jordana no chão... não havia sangue ela ou lamina, ela respirava... as pernas entreabertas a minissaia, havia subido mostrado os poucos pelos da xoxota... parecia linda assim... então matei a charada... ela estava se fazendo de morta. Linda morta.


Queria ser estuprada como se fosse um cadáver violado... relaxei a mente... era mais um dos seus joguinhos... trepei com ela ali mesmo... no chão... a xoxota não estava seca... escorria o liquido do amor... no rabo foi a seco... ela segurava a dor como uma morta digna.
Por fim... gozei como um monstro jorrando seis bons jatos de porra para todos os lados... uivando como um estuprador de galáxias... vermes felizes luminosos e sebosos em canos engordurados de banha... então Jordana sorriu... era isso estava feliz...
Chico gostou tanto da narrativa e foi no banheiro do bar bater uma punheta... o rum havia acabado... o assunto também, não tinha mais merda alguma pra contar... ele ficasse com seu plano de estuprar um cadáver por aí...  segundo ele, poderia ser de qualquer coisa... mas que fosse um cadáver gelado... acho que não sou tão louco assim... possivelmente por causa dos impedimentos da lei... é preciso se cuidar, para não se fuder muito na vida...


Fui embora. O que não contei pra ele... foi que algumas semanas depois, Jordana tentou me matar de verdade... mas isso é foi apenas um detalhe...

Luís Fabiano.


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