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segunda-feira, maio 14, 2012




Navalhadas Curtas: Revelação e um Viagra...

Estava eu enfurnado no Bar de costume. Meu templo, onde faço meu sacrifício aos deuses, com bebida, sexo e blasfêmias, e outras tantas fissuras da alma...
André sempre está lá, espécie de móvel do local. Faz o tipo halterofilista. Não é amigo, um conhecido parceiro de bebidas, e assuntos fúteis. É isso que temos a oferecer na maioria das vezes... e também basta. Ele já estava meio passado de bebidas e outras drogas, com voz arrastada:
-Sabe Fabiano... tu és o cara...eu acho...
-Vá se fuder André... que você quer com elogios ? Raramente elogios são gratuitos...
-Calma cara... calma... te acho bacana...cara...é isso... só isso bonito...
Senti a maldade. Não gostei do assunto. Não lido bem com elogios... Prefiro que me apontem defeitos, que me acusem, que queiram me matar... me sinto mais a vontade na ruína. André seguiu.
-Sabe eu tomei um viagra hoje... e to afim de dar pra ti...
-Como é? Tu??! Olha eu te agradeço, mas não... é melhor você tentar com outra pessoa... gosto de mulher cara... 
-Fabiano... mas é amor...cara...amor... eu te amo...
Puta merda, agora eu tinha um rinoceronte bêbado e chapado apaixonado... fiquei em silencio, não tinha nada a dizer, acho que ele entendeu. Ficou na dele.
Paguei a conta e fui embora. Tava com vontade de mijar... mas achei melhor fazer num poste... como um cachorro de rua, é mais seguro...

Luís Fabiano.

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