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sábado, março 03, 2012


Navalhadas Curtas: Dora Engulho...


Dora era uma destas pessoas, que possuem atributos bizarros. Gostava dela... não sei bem por que ... talvez gostasse mais de sua doença. Daquilo que havia se tornado seu prazer e drama ao mesmo tempo.
Ela tinha uma espécie de bloqueio no garganta, um nó e mesmo com isso, tinha adoração em prestar um suculento boquete muito salivado. Isso é quase como um piromaníaco brincando com uma vela acesa...

Aliás seu maior atributo era esse, talentos orais. Se ali dentro existia uma alma... nunca soube onde estava, nunca vi. Existem coisas que são assim... quanto menos explicação melhor. Por vezes tudo deve ser simplicidade e obviedade.
Cada vez que começava a chupar... vinha-lhe o engulho... ânsia de vômito, que ela com esforço engolia, e seguia sugando o mastro da eternidade...a piroca de asas. Então novo engulho e engolia tudo novamente...

Via suas lagrimas fazendo isso... porem nem em sonho ela largava o pau. Era a visão de um Picasso em agonia... prazer e fuga em sugar... ânsia de engolir o vômito entre arrotos fétidos... mais prazer em sugar depois...
Admirava sua complacência na batalha intima.

Somos assim, fazemos grandes sacríficos pelo prazer, nos esquecemos de nós mesmos... esquecemos as fronteiras... e devassamos o invisível ,abraçados a fantasmas.
Quando por fim gozei... ela explodiu... num mar de porra e vômito, e na rua o céu estava estrelado.

Luís Fabiano.

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