Navalhadas Curtas: Diálogos doces no crepúsculo
Eu estava sentado confortável, jogado em minha cadeira de praia. Tinha um livro nas mãos e uma bebida descansando ao lado. Nem Adão pensou em algo assim...
Então Sonia surgiu do nada. Havíamos nos separado a quatro anos. Ela continuava a mesma... chata... mesma alma... mesma aparência... mesmas tetas boas, apenas agora um pouco mais desprezível.
-Olá Fabianoooooo... quanto tempo hein?
-Parece que foi ontem...
-É eu lembro bem... podias ter ao menos se despedido de mim...né...
-Não gosto de despedidas... achava que não valia a pena. Argumentos demais ao vento... você sabe...
-Eu poderia ter fudido a tua vida... cara.
-Porque não fez?
-Não sei... pena talvez...
Eu ri suave... e ainda mantinha os olhos no Bukowski que lia.
-Bem Sonia, seriam dois trabalhos... tu me fode... eu te foderia bem mais... tenho um ego muito grande, e não gosto de perder... ainda que isso terminasse o pior possível para ambos. Prisão ou morte?
-Não acho... tu és um merda... um cagão... e muito calmo pra isso...
-Bem se vê que tu não sabes nada dos humanos... os caras que ameaçam fazer isso ou aquilo é que são uns merdas... os caras calmos... frios... com cara de cagão é que são perigosos...
Ficamos nos olhando um tempo. Eu pensava: puta merda, e eu comi essa idiota. As vezes não sei onde estou com a cabeça.
Ela foi embora sem despedidas. Jogo empatado. Foi um blefe que funcionou... eu não faria nada daquilo... ela seguia não valendo a pena.
Luís Fabiano.
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