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segunda-feira, janeiro 02, 2012



Cidade Morta

Apagam-se telhados do horizonte
Desmaia a escuridão sobre o véu da quietude
Minha voz ecoando no abandono
Declina o falso brilho incessante
Das ruas entupidas do ontem
O selvático deserto do hoje

O silencio das ruas me perturbou
Com uma doença que nos apegamos
A bengala que nos ajuda a andar
Por um milagre espontâneo pássaros cantavam
E eu perguntei onde estariam todos?
E me senti feliz porque a raça humana fora exterminada
Com um cristal dançando a beira do abismo

Então desci do quinto andar...
Dos quintos dos infernos...
O quinto céu...
Como um papa não redimido
Tive vontade de beijar o chão úmido e sujo
Latas de cerveja vazia empurradas pelo vento
O hino residual dos desgraçados sem brilho

Carros raros passavam
Como um espasmo sem continuação
Um corpo a beira da morte
A agonia final... isso é lindo
Sentei-me no banco de cimento
E observei o milagre

Onde estariam todos?
Foram engolidos por uma xoxota universal?
Isso parecia maravilhoso... a pausa de uma sinfonia insana
Porem...
Espero que não dure muito.

 
Luís Fabiano.

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