Bunda do Céu... olhos de abismo
Era uma autentica Raimunda
Nem mesmo tentei procurar-lhe a alma
Talvez nem mesmo valesse a pena
Mas a bunda era um apelo de bênçãos do céu
Ficamos em silencio
Como quem não deseja quebrar a onda oculta
Deslizei em um querer voraz e platônico
A meditação do Dalai Lama...
Nem voz ou musica
Nem um papo... nada entre restos
Então cometi o fatal erro
Olhei nos seus olhos vazados... seu rosto em desalinho
O pior escrito numa madrugada sem estrelas
A verdade temível de um espelho translucido trincado
Uma pedra que estilhaça a vidraça
E sua voz dizendo agressões
O coração nauseabundo...
Por um instante desejei que estivesse morta
Quem daria falta daquele evangelho de magoas?
A onda quebrada não brilha mais
A ideia corrompida retorcendo-se em uma jaula
A beleza calcinando nas asas de anjos enferrujados
Creio que isso foi imperdoável
O que a fealdade bruta
Roubou da minha impressão pura
E mesmo sem nada termos
As sementes caíram no esquecimento
Não mais canção
Apenas olhos vazados derrapando no abismo
Luís Fabiano.
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