Elas vão morrendo
Uma a uma, como esperanças em meio ao deserto
Tempo fazendo seu trabalho eterno
Mas nem tudo está perdido...
Quando morrer hoje, é quase impossível
Ficam sempre restos da chusma vigorosa de nossos dias
Espalhados nas virtudes e vícios que acalentamos como bebês eternos
Nas tetas de nosso destino...
Fotos espalhadas por aí em lembranças congeladas
Vida emulada que anima o que cada um tem de melhor ou pior
Realmente pra mim não importa...
Elas ressuscitaram a vida, através de minhas ejaculações
Espermas espaciais a procura do infinito
Gotas que pingam no asfalto
Semeando o árido.
Atrizes, cantoras, dançarinas, pintoras, escultoras...
Todas mortas, inspiram minha punheta dominical
A loucura possível em nossos dias arrasados
Enquanto significados são afogados em tina de agua pura
Na ânsia de arrancar do presente, as vísceras da verdade flutuante
Não digo que as musas vivas deixem de inspirar
Mas como aquilo que morre...
Deixa o ápice de nossas intenções melhores
Frisadas no que foi e poderia ser...
Anjos fulgurantes do nada...
Fico com as mortas
Diante de mim, o corpo frio, languido e abandonado
Olhos fechados para sempre
Tetas maravilhosamente estáticas e pelos da xoxota paralisados
Um coração que não bate mais... a estátua da vida
Ela parece estar dormindo em paz hoje... sempre dizem isso...
E talvez sua alma mergulhada no inferno de Dante
Pouco importa o depois, quando nossos atos
Já transfixaram nossa alma...
Quero disputar com os vermes
Pedaço a pedaço
Eles também me aguardam...
Eles são muitos, mas eu estou bem motivado.
Luís Fabiano.
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