Navalhadas Curtas: Ventosidade Silenciosa
O bar é uma catedral aberta vinte quatro horas, que recebe demônios e anjos com o mesmo olhar complacente, de um perdão consentido eternamente. Entre copos que se esvaziam e almas que se preenchem. As vezes o amor é possível.
Sou frequentador de bar... eles têm minha atenção e prece. Bêbados, drogados, putas, travestis e outros santos, preenchem o ambiente com as vibrações da vida. Uma vida real, a beleza casando-se o esgoto, as emoções mais belas e ébrias, vinculando-se a alucinação e a vida selvagem.
Ela me olha de soslaio, sentada sozinha em uma mesa. Havia esvaziado alguns copos de whisky. Era como um peru pronto para o abate. O rum trabalhava em mim, como um coro de mil anjos afogados em liquido seminal. Aquilo era lindo.
A solitária estava longe de ser uma linda mulher. Maltratada pela vida, um cara amassada e a idade fez seus estrago com requinte. Tinha boas tetas, e era tudo que se precisava, é um detalhe para chegar lá.
Fiz meu sorriso calhorda alcoólico pra ela, e ela aceitou. Sentei a mesa dela, e conversamos um papo, papo alucinante e meio sem sentido:
-Sozinha por quê?
-Quem não esta sozinho hoje?
-Agora não estamos mais... né...
Ela gargalha como uma pomba gira desvairada e sem proposito. Então disparei:
-Ei baby, vamos ao banheiro?
-Ué... vamos...
Chegamos lá e entramos num dos compartimentos. Era bem apertado e estamos bêbados. Nos viramos daqui e dali, e consegui encaixar no buraco certo... quando estávamos quase chegando lá... ia bombear a porra pra dentro dela... então ela peida estrondosamente... senti o bafo forte na base do meu pau... achei que houvesse cagado. Mas não... mas o cheiro era muito forte, devastador... porra, que ela havia comido??
Comecei a rir... e acabei broxando. A vida é uma maravilha.
Luís Fabiano.
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