Acidentes acontecem, como um traço equivocado da vida, lembrando-nos as fatais incertezas que nos rondam. Gosto disso. Naquela noite Manuela estava muito inspirada, muito bêbada, muito drogada... muito além em tudo que era suportável...tudo bem.
Um ciclo perigoso de evidencias trágicas ou cômicas. Sou um paspalho sereno, vivo a vida, ora com presas de vampiro, ora como anjo sem asas, gosto deste balançar errante que não torna uma precisa certeza de nada. Certezas são letais, certezas é a mentira... as certezas são a total insegurança de algo. Muita certeza é um passo no abismo...
Abraçamos-nos flácidos de álcool, perdendo as roupas como flores de outono, existem momentos que não faz diferença quem esteja ali... Manuela, Milena, Vanessa, Luiza... sinto-me um animal no cio, a sensação brutal de estar vivo...
Então Manuela peida com sonora declaração de amor fétido... sinto o cheiro forte de merda e fico tranquilo, não esquento com essas coisas... então ela vira o “popoti” para mim... ali estava a marca do crime... a marca indelével da merda gritante... disse:
-Manu... talvez fosse melhor nos tomarmos um banho... que tal?
-Hã ?
Luís Fabiano.
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