“...Tammie foi pra cama. Se esticou de cara pra baixo. Ainda estava chocada. Daí, rolou pra fora da cama e se estendeu de costas no chão. Agarrei-a pelos cabelos e dei-lhe um beijo selvagem.
-Ôô... que cê ta fazen...
Era Gary Benson.
-Tô indo praí com o gravador. Vou entrevistar você pra rádio.
-Quando?
-Daqui a uns quarenta minutos.
Desliguei e voltei pra Tammie. Ainda tava de pau duro. Agarrei seus cabelos, lasquei-lhe outro beijo violento. Seus olhos fechados; sua boca, morta. Montei nela de novo. Lá fora o sol se punha e todo mundo se sentava nas escadas de incêndio pra apanhar sombra e brisa. O povo de Nova York estava ali sentado, tomando cerveja e refrigerante gelado. Eles iam tocando o barco e fumando seus cigarros. Só estarem vivos já era um vitória . Eles decoravam as escadas de incêndio como plantas. Se viravam com o que tinham na mão.
Fui direto ao amago dela. Que nem um cachorrão. Os cachorros é que entendem do assunto. Era bom esta fora do Correio. Sacudi, surrei seu corpo. Ela tentava falar com a voz embargada pelas bolinhas.” Hank...”, ela dizia.
Gozei, por fim, e fiquei dentro dela. Os dois empapados de suor. Rolei pro lado, levantei, tirei a roupa, fui pro chuveiro.
Bukowski – MULHERES.
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