Seis Patas e um Principio
Gosto de baratas
De moscas nem tanto
E mosquitos eu dispenso
Creio que para tudo há um limite
Mesmo o amor, não se deve beber até o porre
Ninguém suporta um porre emocional
E toda a baboseira de eternidade feliz
O pior são as decepções dilacerantes
O rancor famigerado da derrota
Deitar-se na cama e apalpar o vento
Quantas vezes vi este filme
E então a barata aparece do nada
No copo que descansa no chão
Fica bebendo os restos do vinho, da cerveja e do mijo...
Quantas vezes me fez companhia nas noites de embriaguez
Nunca sabia se era a mesma
Mas com certeza gostava das minhas bebidas
A teria convidado para um drink se não fosse tão tímida
Eu poderia chegar a hora que fosse
Lá estava ela, silenciosa, me olhava e ia embora
Uma gueixa de seis patas
Um trago de Kafka rasgando nossas distancias
A metamorfose na alma ascendendo pirilampos de saudade
Tudo é preciso compartilhar
Nesta noite eu servi em uma tampa de cerveja
Um trago para minha amiga esperada
E a puta não apareceu.
Luís Fabiano.
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