Foto tirada por Luís Fabiano
Navalhadas Curtas: Merda e tapas
É no banheiro que as almas se confessam. Mais uma vez, mais uma cagada regada a poemas duros e rascantes. Enquanto no andar de baixo, a vizinha gritava com a mãe, uma idosa que se encontra doente, aquelas doenças que vão levando ao fim lentamente:
-Mãe para com isso...para olha só... tu ta toda cagada... porque tu cagou assim? Porque não chamou?
A velha tenta articular algumas palavras balbuciadas, percebe-se pesar e dor na sua expressão. A mulher segue agredindo a mãe:
-Tu não presta pra mais nada mais não né? Agora é só incomodação... que horror... olha isso tu cagou a roupa toda... tu fez de propósito né? É só pra incomodar...
Poemas duros, e aquela mulher agredindo a mãe, a merda , a vida e a morte. Normalmente não me meto em problemas alheios, meu desejo sincero, é que o mundo foda-se. Foi quando ouvi um tapa... puta que pariu... e ninguém ia dizer nada?
Azar eu teria que me incomodar com a vizinha debaixo...então, levantei, subi no vaso e não vão basculante do banheiro gritei para baixo:
-Ei você!! Pare de bater em sua mãe, da pra ouvir daqui... alguém pode te denunciar sua vaca...
Minha voz ecoava pelo vão. E ninguém respondeu nada.
Voltei para minha merda e meus poemas duros, maldito mundo.
Luís Fabiano.
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