Feridas Anônimas
Tenho vivido um estranho amor
Ou talvez um ódio desmedido
Mais provável, pior que isso pelos traços deixados
Uma obtusa ignorância repleta de hiatos e alguma sujeira
De formas sem corpo
De emoções deformadas no nascedouro da alma
Gosto das coisas disformes
Com o abstrato entendimento do que impressiona
Da derrota mais visceral
Sombras cegas da lua em fendas que sangram
Gosto dos derrotados
Melancólicos e solitários
Uma gangrena sem porto
Um orgulho mais que ferido
Observo isso com a indiferença do tempo
Na displicência retorica daquilo que não se controla
Enquanto trepo com minha puta predileta
Numa eterna ereção de porras celestiais
E gemidos sem fim
A musica dos que fodem lentamente na vida
Entre o suor e sucos da intimidade
Gosto de me sentir assim
Ego dinamitando auroras
A lombriga luminosa crescendo nas entranhas
Como o melhor e pior dos sentimentos
E o tempo, garras sem mãos
Vai desenhando sulcos
Reduzindo-nos gostosamente a caveiras animadas
É, tenho vivido um estranho amor...
Luís Fabiano.
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