Escravos e torrentes
Ele era um escravo maldito
Um chafariz de porra celestial
Lançando ao céu como cometas do desespero
O escravo mais devotado ao prazer
Beijava a bunda dela
Como se ajoelhasse diante dos santos
O sacrílego honesto de desejos inflamados
Incendiaria o inferno
Aforaria o céu em ondas intermináveis de lascívia
E quando a apoteose exaurir-se em descanso
Seu espirito flutuará com sede de espirito
Seus olhos semicerrados procuraram os anjos infelizes
E quem sabe
O verme do arrependimento carcomerá teu ventre
Escravo maldito
Foderia as axilas de Maria
Embalaria sonhos de recompensa e salvação
Quando tudo conduz ao nada
Pois dos doces prazeres engendrados na alma
Somente em teus sonhos como a liberdade
Asas longas batendo contra o vento
Caricias invioladas do amor
Riscando e penetrando o clamor silencioso
Escravo
Rompe teus grilhões ilusórios
Tecidos de tua prisão sem grades
Goza sim
Mas com teu espirito
Espalha teu ectoplasma como rastros de amor
Magnetismo das intenções
Desmaterialização de tua pior essência
Cascão das sombras o peso das asas
Miro o céu
Em uma noite linda
Como um peregrino da esperança
A saudade de estar lá no éter
Saudade de mim
E de tudo aquilo que não perdi.
Luís Fabiano.
Um comentário:
Teus escritos estão melhor a cada dia. É sempre muito gostoso ler teus textos.
Abraço repleto de PAZ.
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