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terça-feira, setembro 06, 2011



Bocas não Lavadas

Foi com asco e fel que cuspiu para o lado
Quando minha boca ainda molhada sugava sua baba
Nem primeira ou ultima baba que sugo
Néctar cheio de bactérias e fragmentos de alma
Beijo se tornou abismo
O carinho irritação
Maldita violência intima
Cenas de dor funesta turvando espaços

Como uma cadela atropelada
Gritava que havia beijado outra boca
O gosto e o cheiro ainda estavam em mim
Maldita insegurança dançando entre nós
Enquanto eu fechava a braguilha encerrando tudo
Fiquei parado enquanto no tempo
Pensando que fazer...
Ela estava histérica, chorava, babava e peidava-se terrivelmente
Eu ri

Não havia nada atrás da cortina
Sempre fui, sou e serei o filho da puta de sempre
Até que a verdade toque o fundo abismo
E casas incendiadas iluminem a noite na mensagem que cala
Até que nada seja como seja
Enquanto as lagrimas convertem-se em sorrisos
O muco faz sua metamorfose

Quando parou de gritar eu tinha um copo diante de mim
Fiz um bochecho com rum e engoli
Todos os problemas haviam acabado
Afinal o álcool mata todas as bactérias
Mata algumas almas também
Deveria ter me calado e seguir de onde havíamos parado
Mas não quis me conter
Disse que não havia beijado outras bocas mas outras vaginas...
Afinal o que importava eu estava ali vivo
Em minutos que se escoam quanto tentamos botar o trem na linha
Quando finalmente tudo esta certo como queremos
Já não interessa mais.

Ela me sugou com ternura e fome
Quando tudo se recolhia ao sereno
No transe de volúpias antigas
E se desmanchavam os medos nos quereres de sustenido
Agarrados ao bom momento
Diluindo-nos em emoção.

Luís Fabiano.

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