Navalhadas Curtas: Porão dos gnomos
Ela estava um muito alta, um coquetel humano de felicidades adquiridas, drogas, bebidas, cigarros e outras coisas que nem sei... Fiquei com minha cerveja. O estranho rosto dela viajando em algum lugar, era bonito de ver, o semblante calmo de um yogui.
Então começou a ver gnomos coloridos na mesa, ratos gigantes e baratinar o lugar. Doidona e criando confusão. Eu estava bêbado demais para dizer algo, eu achei graça, enquanto ela tentava matar gnomos com tapas. Sua blusa se abriu e as tetas pularam como sapos para fora. Todos riram. Gosto de shows gratuitos.
Uma amiga ajudou a acalma-la, e acabaram se beijando suavemente. Aquilo foi lindo, gosto de beijo entre mulheres, tem musica e é calmo. Talvez seja o brutal em mim tenha se retorcido querendo tornar-se espirito. Deixando toda a merda pra trás.
Acho que não. Gosto da merda. Amo muito minha selvageria, meu coração de pedra e o deserto sussurrando indiferença cotidiana. A vida.
A um metro de mim, elas trocavam beijos mais intensos, caricias nos seios. Não queria mais nada, a não ser ver aquele amor alucinado, feito do que não existe, o fruto da fé criando Deus e os anjos filhos da puta, naquele porão maldito uma luz brilhou, e o que alucina se salvou.
Luís Fabiano.
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