Macho de sete...
Gosto de números impares
Como inquietações e desassossegos
Sem pares tediosos de encaixe perfeito e surreal
Modorra enfadonha de certezas previsíveis como a morte
Sete sorrisos
Sete lagrimas
Sete menstruações
Sete vaginas
Quatorze seios
Algumas almas
E poucos pelos
Sinto-me ejaculando eternamente
Nadando entre recifes e corais
Vez por outra
Alguém se fere
Não posso fazer nada
Todos aprendemos do pior jeito
Existem momentos que tudo transcorre bem
E nada voa em minha direção
Nem facas, dentaduras, cuecas sujas ou porta retratos
A maioria delas não quer por inteiro
Querem montar o quebra cabeça faltando peças
Uma perna, as mãos o pau...
Detestam minha alma canalha
Se pudessem sugariam minha alma pelo pau
Ficariam mais felizes
Minha alma a porra em suas gargantas
Mas não acontece
Sou a dor que gostam
A promessa sem realização
A verdade que não dá repouso
A lâmina abandonada sobre a mesa
Mas tudo se transforma
Não sou como as estações
A existência aponta os caminhos
E agora deixo minha embarcação mais leve
Deixando coisas pelo caminho
Isso é a única coisa que importa
É estar em paz enquanto lanças transpassam a alma
Quando o açoite estala entoando musicas de agonia
Mas seja como for
Sou macho de sete.
Luís Fabiano
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