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quinta-feira, julho 14, 2011


Uma Mãe de santo, mulheres frustradas
e mesquinharia a rodo...


Minha profunda descrença em tudo, é uma espécie de isolante, das magnéticas forças que permeiam a Terra e as criaturas humanas que as manipulam. Tanto as de boa natureza, como as que apresentam fúteis interesses, que nas mais das vezes, não passam de emoções frustradas, egos feridos e outras doenças egoísticas da alma.

O grande problema ou solução, é que os macumbeiros da cidade, possuem uma rede informal de informações. Pois as clientes, trocam de pais e mães de santo, como quem trocam de lingerie ao meio dia, basta não funcionar a macumba a contento, procuram outro “mais forte”.

Então felizmente ou infelizmente, eu acabo esbarrando em algumas verdades desagradáveis. Conheci, conheço e conhecerei ainda muitas mulheres, então isso acaba virando uma fatalidade previsível. Costumo dizer aos meus amigos, que as entidades do outro lado da vida, precisam fazer fila para despejar a quantidade de macumba feita pra mim, mas tudo certo, eles vão vindo de um a um e tudo bem.

Isso me faz lembrar de uma ex, que deixou cair velas vermelhas e pretas na minha frente, enquanto vomitava desaforos e ofensas de um final quase dramático, juntando a bolsa caída no chão e as velas apagadas, quase perguntei, onde estava a galinha ?

Mas isso não foi significativo. Tiveram casos piores.
O Significativo é o que escutamos da boca de algumas mães de santo, alugada para estes eventos patológicos. Ela cruzou no meu caminho, e tivemos um momento mais intimo. Com a intimidade, ela foi vomitando a verdade, alias ela vomita qualquer coisa se você pagar. Sabe exatamente quem eu sou. Para que a coisa não acorde velhos revanchismos, chamarei a mãe de santo, de Mãe Fulana.

Mãe Fulana, teve uma destas vidas fudidas, mas conheceu a macumba e com ela a oportunidade de mudar de vida, uma profissão rentável, especializou-se em trambiques afro-religiosos!

Faço aqui uma ressalva importante. Existem verdadeiros e sinceros praticantes da religião, que não exploram os consulentes, agem de forma ética, trabalhando no sentindo da boa natureza, e não antagonizando ou pervertendo as forças espirituais da vida, a favor de si próprios.
Mas desses eu não quero falar, prefiro falar dos piores, suculentos vilões.

Isso que se segue, eu ouvi da própria boca de mãe Fulana. Tendo um terreiro a principio humilde, então passou a explorar as pessoas que frequentavam a sua casa, dando “mensagens”, de supostas entidades espirituais incorporadas, enquanto dizia as piores atrocidades, até alguns palavrões, as pessoas iludidas que frequentavam sua senda:

-Mas mãe Fulana, tu achas isso certo?-Eu perguntava.
-Isso não tem nada haver com certo ou errado, faço o que acho que devo fazer, eu sei das coisas, eles não... são uns burros...
-É te entendo... mas cada um faz o que acha melhor... mas a tua ética passa longe...
-Tu estas aqui pra me comer ou dar sermão?
-Os dois, mas deixa o sermão pra depois...

Ficamos naquilo.
Tenho uma curiosidade grande, de saber qual é o final do abismo. Então com mais tempo ou menos tempo, ela acabou vomitando a verdade, numa destas noites frias, onde o inferno congela e tudo se torna hostil.

Ligou-me dizendo para ir sua casa, pois sua xana tinha saudade, depois dos trabalhos da noite, quando o tamboreiro fosse embora. O tamboreiro era um caso dela, era um homem casado, eles trepavam eventualmente, atrás do altar. Sua natureza quase insaciável, permitia fazer muito sexo. Acho que essa era única coisa que chamava atenção nela, era a sua falta total de caráter e uma cicatriz de bala no braço esquerdo.

Essa sujeira era selvagem quase brutal, talvez um elemento afrodisíaco nisso tudo.
Quando cheguei a sua casa, ela estava feliz e meio bêbada. Gosto de mulheres meio bêbadas. Prefiro as completamente bêbadas, a coisas fluem mais facilmente assim. Me abraça forte, e seu sorriso distorcido ,cai falando:

-Tua cabeça tá premio Fabiano... há, há, há...tu é a bola da vez...
-É?
-É...
-Quase sempre tá, de uma maneira ou de outra... que foi?
-Hoje a tarde, recebi uma visitinha... dizendo que era pra te pegar cara, pra te fuder, tornar tua vida um inferno... pra nunca mais te apaixonares ou amares alguém e morreres doente e sozinho...
-Que isso, caridade? Pagou por algo que é da minha natureza. Pagou bem ao menos? Eu to valendo?
-Sim, foi generosa mas não ficou muito tempo, perguntou o material e quanto sairia... pagou em grana... e se foi embora bem limpinha...
-Essa grana aí que tá na tua mão??

Ela segurava algumas notas de cem reais.

-Essa mesma... há,há,há...
-Então vamos fazer uma picanha com ela ?
-Picanha, cerveja e charutos pra ti Fabiano...

Como sempre digo, o sujeito pode ter o que tenha, mas ás vezes é preciso sorte. Não sei mãe Fulana fará o feitiço, talvez faça um dia, mas seu forte é a mentira. Fico pensando na grana que ela embolsou, sem fazer nada para as pessoas, que supostamente queriam feitiços.

As pessoas não sabem que foram suas próprias intenções distorcidas que levaram a acontecer coisas ruins. Quantas ilusões.
Aquela noite, terminamos assim.
A historia da picanha realmente não me interessava, como disse, o que me move até ela, é sua aparência de uma beleza ausente, uma xoxota com lábios grandes, as marcas de cicatrizes no seu corpo e essa sujeira que lhe era característica.

Com mãe fulana, não havia amor, era sexo por sexo, a coisa brutal a qual eventualmente me satisfaço.
É preciso sair dos trilhos as vezes.

Luís Fabiano.

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