Navalhadas Curtas: Próxima viagem
Caminhar a sombra do inverno que se achega, nos meus breves intervalos, é como ser lançando por estilingue gigante, a noite vem sussurrando mistérios bons e maus. Na esquina um jovem raquítico acorda no chão entre trapos, frio, fome e fodido.
Fico olhando-o de longe despertar, naquela esquina disposta a todos os ventos. Mais um personagem maldito, dançando a macabra dança das misérias, todas elas. Então nosso protagonista, se põe a catar ansiosamente alguma coisa nos bolso furados. Por fim acha o pequeno cachimbo.
Aquela pequena pedra valia mais um diamante, deposita-a com carinho amoroso no interior do cachimbo e acende, uma inalada profunda e o mundo deixou de ser um lugar tão horrível. Oh... Deus...tu existes, minha preces foram atendidas...
O rosto do rapaz transfigura-se, um olhar perdido como um místico ante o universo, o lunático sendo recebido nas portas do inferno, com as bênçãos do diabo. Eu e os transeuntes estatuas indiferentes, estávamos no limbo.
Lembrei que chegaria em casa mais tarde, tomaria um vinho, talvez um banho quente e de certa forma ficaria em paz.
Porra, estar em paz com tudo isso é muito bom, não é?
Luís Fabiano.
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