Navalhadas Curtas: Manequins não falam...
Parei em um aloja de roupas, no calçadão de Pelotas. Olhava a vitrine, e não olhava nada certo, meu olhar passeava errante, entupindo meu tempo disponível, como um vagabundo no intervalo. Então ela veio na minha direção, com saltos fazendo tec-tec-tec, fina muito final, como se gravetos houvessem criado vida de tão magra:
-Eu poderia ajudar o senhor em alguma coisa?
A minha frente, do outro lado da vitrine, um manequim feminino congelando-se sem uma única peça de roupa, senti pena. Olhei para a atendente e para a manequim, e sorri convicto, a manequim sem vida, tinha uma bunda linda e era mais gostosa que a atendente, acho que senti até um pouco de tesão por ela... olhei para atendente derrotada e sorri:
-Acho que hoje não, você perdeu feio...
É claro que ela não entendeu nada, mas nem precisava mesmo...
Luís Fabiano.
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