Navalhadas Curtas: Ilha distante dores próximas.
Pedro encostou-se ao balcão ordinário e sujo, da espelunca de sempre. Eram onze horas da manha deste sábado, tinha sede, mãos tremulas e para além dos vícios, o coração destroçado. Carolina, o havia deixado, sem mais e nem menos, sem previas explicações.
A atendente, saturada de suas próprias dores, era toda impaciência. Ouvia um funk a todo volume, som que sufocava outros ruídos da vida. Ela larga a cachaça pura sobre a mesa, o cheiro inunda o local, Pedro toma de um único gole, queria que fosse veneno, queria morrer e quem nunca quis morrer?
Depois do ultimo gole, as mãos se serenaram, a voz ficou firme, agora era aceitar a realidade, trabalho braçal, briga dos desejos com a vida. Eu o observava de longe, não queria ser visto, não tenho consolos gratuitos, nem vendo falsas esperanças.
Carolina aquela vadia, foi embora com seu melhor amigo, eu sabia, eu também comi a Carolina... Carolina não valia o amor que ele a devotava, como quem não sabe sentir amor, também não é digno dele.
Luís Fabiano.
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