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quinta-feira, junho 02, 2011



Navalhadas Curtas: Dolorosas fendas...


Meu amigo Marcelão chegou, tímido e apagado, no boteco que frequentamos usualmente, na Avenida Bento Gonçalves. O lugar é uma espécie de igreja, que recolhe os desalmados, os combalidos pela vida, abriga nossas almas com a mesma atenção de ave cansada chega ao ninho.

Ali confessamos nossas queixas, as vezes choramos, doutras rimos e bêbados celebramos a vida, ainda que seja a breve ponta luminescente de uma felicidade.

Mas neste dia em questão, eu estava mais ou menos bem e Marcelão nada bem, uma tristeza natural de viver.
Anita, sua então agora ex-mulher, deu-lhe um pé na bunda, praticamente bateu um pênalti nos culhões e no coração de Marcelão, historia maldita sem culpados diz:

-Tu vais achar frescura minha Fabiano, mas eu sinto saudade dela, era boa a vida que vivíamos, gostava de chegar em casa e...
-Porra Marcelão de novo ? Cara, a mulher te trocou pela chefe dela, e te digo mais camarada, neste momento, ela ta levando o maior malho, em alguma cama luxuosa por ai...

Não me dei conta, Marcelão chorava como uma criança. Minha insensibilidade feita de ausência de tais dores amorosas, torna fácil dizer qualquer coisa a respeito disso, não gosto deste tipo de sofrimento. O mesmo não posso dizer de outros...

-Fabiano, tu não entende cara...
-É véio, creio que nunca vou entender, vamos beber que é o melhor que se pode fazer...a merda com o resto.

Luís Fabiano.

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