Consolos Brutais
Onde me pedes carinho
Mordo com fúria
Do teu olhar terno e sereno
Minha indiferença plena a procura das tuas sombras
Queres me cativar com teu ópio amoroso
A mim pouco importa
Quero o que em ti não se toca com as mãos
Beber de tua saliva fragmentos da tua alma
E dos teus silêncios a dor mais profunda
Não quero teus abraços macios, quentes e suaves
Quero teu veneno
Teus dentes cravados no meu pau inoculando a tua pior chaga
E ambos nos envenenando mutuamente
Não digas palavras românticas e nem deseje tornar eterno
O que esta fadado a morte
Ela chora um orvalho exprimido das suas entranhas
Não me suporta, não me quer assim
Uma tempestade louca rompeu os véus do mistério
E a verdade é uma doce facada no peito
A trilha sem volta
Quando ardida de decepção
Quando nada mais parece ter sentido
Quando a única saída é fugir
A alma esta entregue
A mim ela se torna perfeita
Escrava, gueixa, puta e mulher
Dou-lhe um abraço contagioso
E ela finalmente entende
A mensagem silenciosa da dor
Ou nos tornando fortes ou somos reduzidos a nada
A fúria se aquieta apaziguada entre teus seios
Minha mão serpenteante percorre teu ventre
A nos pouco interessa o mundo lá fora
Se existe uma convenção de filhos da puta ou não
Estamos mergulhados profundamente
Um no outro
Não sei o quanto dura
Mas que seja febril
Viciante e mortal.
Luís Fabiano.
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