Navalhadas Curtas: Grana 01 X Deus 0
Tive uma esposa muito fervorosa nos tratos da fé, usava muito a palavra Deus para quase tudo, sempre rezando a Ele, pedindo a Ele agradecendo a ele. Isso não me incomodava, afinal, uns fé demais e outros fé de menos. Mas no meu entender, muito Deus na boca das pessoas, não é boa coisa não, soa atravessado e autoafirmação barata.
Isso veio a se comprovar no dia tivemos uma pequena festa na casa dela, onde havia uns quantos ninguéns, inclusive eu, e então tivemos a presença de uma pequena celebridade na área esportiva.
Isso passaria batido se minha amada esposa, não se metamorfoseasse na frente de todos que lá estavam, inclusive deixando a pequena celebridade constrangida.
Agarrou-se a pessoa, tirou fotos de todas as poses possíveis, oferecia aquilo de melhor que tinha, uma atenção exclusiva a celebridade, ignorando o restante apagado dos ninguéns. Naqueles momentos, não pronunciou Deus uma única vez. Em silencio estava, e em silencio permaneci enquanto ela fazia o show de gentilezas excessivas. Parecia uma pequena cadelinha no cio, a volta do cão endinheirado. Não fiquei com ciúmes, pois não é meu perfil, mantive minha indiferença natural de sempre.
A celebridade quase não falava, talvez não houvesse o que dizer. Então a festa foi encaminhando-se para o final, e a celebridade foi embora junto com outros. Então como por milagre, Deus voltou para boca dela, o mesmo Deus de sempre, cansado, repetido que ajuda, que se pede e agradece.
Quando nos deitamos no leito, talvez um pouco antes de tentar dar uma trepada de final de semana, cai na asneira de perguntar:
-Porque você tratou daquela maneira a celebridade??
Uma pergunta que lhe pareceu soar desagradável, havia um pouco de acidez no olhar da resposta:
-Por que, era uma pessoa importante, tem muito respeito e uma posição elevada na sociedade, dinheiro né Fabiano...
Não consegui redarguir nada, Deus brilha menos que o dinheiro afinal. Virei para o outro lado, dei boa noite.
Luís Fabiano.
Um comentário:
Pura bajulação vulgar e interesseira. Algumas pessoas não tem noção do ridículo. Devemos tratar todo mundo igual, com respeito e educação, não importa se são ricos ou pobres.
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