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terça-feira, abril 05, 2011


Imitação, piorada do Catra

Desde que me conheço por gente, sempre fui homem de muitas mulheres ao mesmo tempo. Houveram muitos instantes que lutei contra isso. Tentei ser o que chamam de “normal”, uma vidinha instituída, uma boa e única esposa, filhos ranhentos, churrasco domingo em família, presente de natal, supermercado no fim do mês e fazer alguma manutenção em casa.

Nada disso. Sou um completo inútil, desde meu primeiro casamento, nunca fiz absolutamente nada em casa, me sinto orgulhoso disso. Ás vezes trocava uma lâmpada.

Minhas tentativas de fazer tal vida acontecer, terminavam sempre com muito alarde, escândalos e outras baixarias naturais, como se em minha vida uma constante sirene estivesse tocando, a sinfonia do inferno. O maestro não preciso dizer quem é...

Quando terminava, não era apenas tchau e acabou, nada disso. Houve de tudo em tais finais dramáticos, extorsões, roubos, perseguições, ameaças, macumbas, facas, tapas e cuecas jogadas na rua e egos machucados.

Não é lindo? Creio que também me orgulho disso, afinal acabaram por converter-se em dadivas malditas de meu atormentado viver e depois vieram ganhar estas virtuais paginas binária.

Assim, a vida de certa forma me ditou o que eu viria a me tornar. Nada. Como já havia dito, tentei resistir em vão ao meu carma. Passei de uns sete anos para cá, a ter varias mulheres ao mesmo tempo. Porem com um requinte da canalhice, que torna abençoada toda a cretinice.

Tenho um jogo aberto com as sete, conta de mentiroso. Meu numero perfeito. Naturalmente não há a questão da traição, porque a verdade esta exposta como um grande catarro na parede. É aceitar ou pular fora, simples e feliz como a vida deve ser.
Difícil aceitar?

Não sou um homem fácil em nada, desde de muito cedo aprendi que se paga um preço por tudo. O preço para estar comigo, é aceitar-me exatamente como sou, o amor incondicional é assim, eu amo desta forma e sou amado deste jeito. O filho da puta, canalha sofisticado, ordinário com alma de cafetão. Sinto-me no céu muitas vezes.

Foram muitas as lagrimas até chegar aqui. Minhas nem tanto, porque sempre existe uma expectativa alheia, tal expectativa é a ansiedade projetando realidades futuras. Eu fodo tal expectativa todos os dias, lentamente ao passo do tempo, ás vezes algo se realiza, doutras o vazio abominável da solidão. Ofereço isso em doses homeopáticas, eivado da minha verdade. Muitas ficam pelo caminho, desistem frustradas, não conseguem tragar Fabiano, um veneno que entra na circulação, coroe veias, asfixia esperanças e apenas presenteia a realidade, a vida única que acredito, como o doce abraço, beijos suaves e genitais pulsantes. As vezes há bem mais que isso, uma dimensão de emoção e amor que poucos conseguem entender.

Conversava como meu amigo Zeh. Quem não tem um amigo Zeh? Ele afirma categórico, enquanto o funk do Catra tocava ao fundo:

-Cara, se isso é assim mesmo... tu és o Catra de Pelotas....há,há,há...

É talvez seja mesmo. Apenas não tenho a grana que o cara tem, nem sou famoso ou tão pouco bonito, tecnicamente tenho a identidade do fracasso, e ainda assim as coisas acontecem. Pobre, gordo e feio. Talvez existam coisas neste mundo ordinário, que sejam melhores, que fama, grana ou beleza física. Talvez...

Sinceramente não tenho nada a oferecer, sou de uma insensibilidade atroz, quero curtir minha vida, ter algumas poucas responsabilidades, e ver o que acontece. Zeh apontava com o dedo em riste, que era o Catra de Pelotas, rindo no deboche que lhe é peculiar.

Não sei como tudo isso vai terminar. Apenas desejo estar aberto ao novo, a realidade que se transforma e faz nossa vida ganhar novo sentido, quanto pensamos que tudo já esta acabado. Meu desejo é não perder esse feeling, porque ai me considerarei morto, embora em grande parte a realidade seja feia e intragável, eventualmente estrelas brilham, apaziguando guerras, abrindo nosso coração a esperança. Bom que seja assim.

Mas enquanto nada sei, eu sigo assim mesmo. Opa, o telefone esta tocando:
-Hello baby...



Luís Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

Do seu texto: "Desde que me conheço por gente, sempre fui homem de muitas mulheres ao mesmo tempo"..."Tentei ser normal".
Sempre pensei que o homem normal fosse o que tivesse muitas mulheres ao mesmo tempo, rsrsrsrs, pois é este o comportamento normal de qualquer machão, dos que se dizem ter culhões.
Anormal é o homem que tem coragem de ter um relacionamente estável e duradouro apenas com uma mulher, os que constituem família...

Abraço repleto de PAZ sr.Catra, rsrs