Crivo
Ela fuma um atrás do outro
Sem fadiga e maquinalmente
Faz sua pajelança e suga a doce fumaça
Como se chupasse um pau de anão
Que satisfaz enquanto some no nada
Creio que assim deve ser
É preciso dançar com os vícios a mazurca
Segura-los até onde a alma aguenta ou o corpo perdoa
Nada contra a qualquer vicio
Contando que isso não torre os culhões alheios
Faça sua própria merda, coma-a sozinho se preciso for
Mas não chore amarguras ou queria ser salvo
Seja feliz como todos tentamos ser
Enquanto o maldito tempo nos consome lentamente
Como se fosse o cigarro Dele
Façamos os anjos chorarem entupidos de fumaça
Bafejando nosso pigarro
Arautos da boa saúde
Por favor, silenciem não façam
Pois vivemos tempos limpinhos demais
Tempos que a sujeira sorri com dentes clareados
E tudo é tão saudável que me causa asco
Pecados são pagos com outros pecados
E todos de alguma forma se encontram no inferno
Não é profecia
Ela acende outro cigarro
Ânsias e medos por trás
Estou morrendo? Não estou morrendo?
Sinto que estou fudendo algo
Enquanto o recado do Ministério da Saúde brilha maldições
Tentando fazer a consciência ficar pesada
Frustrante
Em nossa consciência nada pesa a não ser quando tem haver conosco
Até lá
por favor, alguém alcance um isqueiro a ela...
Luís Fabiano.
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