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sábado, março 12, 2011




Mundo, mundo, mundo...

Sacode a terra
Impérios se caem
A razão estertora
A moeda cai no ralo
Desespero, gritos e o rosnar das bestas
Pessoas morrem como moscas
Enquanto os jornais vomitam o pior
A esperança é arrancada pelas tripas
Deus parece não se importar
A sinfonia da dor entope o rabo do céu
Juntamente com as preces e estrelas mortas
A televisão me cansa
Liquidificador bizarro de espetáculos
O circo das agonias repleto de efeitos especiais
Fujo disso
Caminho até a esquina
Meus vizinhos desocupados repetem a mesma merda
Apertando seus cus
Esperando a catástrofe chegar um dia
Temem tudo
Por suas vidas funestas e vazias
Deus nem dá-se conta das moscas mortas
E das que viram a morrer
Próximo daqui o pior vai ganhando o jogo
Reduzindo o inimigo a nada
Enquanto longe a pestilência radioativa
Ganha o ar
Como as tristezas do mundo
Agora me sinto um palhaço louco
Queria poder rir de tudo isso
Mas o mundo me arranca do devaneio
Prende-me em suas garras afiadas
E tem prazer em me ver morrer
Desejo que nada seja assim
Queria que todos voltassem pra casa
E dessem o abraço que não deram
Olhassem nos olhos uns dos outros
Tão iguais como qualquer um
O animal acuado quer abrigo
Atônitos todos querem encontrar a alma
As asas, o céu e a anestesia que faça tudo passar rápido.
Meu coração bate descompassado
Quero abraçar alguém... porra
Há alguém ai? Há alguém aí...

Luís Fabiano.

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