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sábado, outubro 02, 2010

Consolos

Consolos


Ela entra na sex shop
Compra um grande pau de
borracha
Ele entra na farmácia,
Quer calmantes para misturar
ao uísque
Outro acende o baseado
Que brilha em uma noite
sem estrelas
Vida virando fumaça.
Diante de uma vitima
Ele pergunta o ultimo desejo
Sarcástico
A mãe chora sem consolo
O bebê foi atropelado
Ela quer dinheiro
agora
Vânia deita-se na banheira com os punhos cortados
e sorri
Enquanto no canto escuro, uma risada sinistra
Ela acreditava no amor, esperou o príncipe
Que despedaçou
seu coração
Lágrimas e mais lágrimas
Sempre
Em desespero, a mendiga fétida berra para o céu
E ninguém ouve merda nenhuma
Ele esta surdo
No templo todos se olham felizes
Ele esta ali
Na rua, ele abre a garrafa de cachaça
Bebe até adormecer,
anestesiado
Nos banheiros do abismo,
a agulha entra
Fundo na veia
Convulsão.
Coloco a mão em minha carteira
vazia como meu coração.
Ela sai da Sex Shop feliz,
Quer chegar em casa
logo.

Luís Fabiano.

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