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terça-feira, junho 08, 2010


Inadaptabilidade

Não consigo ser assim,
como você.
Aceitar facilmente
A sorrisos,
amor ou breve instante de prazer.
Eternizar cumplicidades.
Nunca acreditei.
Acho que passei a vida inteira
Brigando com isso.
Um esforço surreal
Para ser igual a tudo
Perfeito, meio comum.
Comprei muita felicidade a crediário,
Mas tudo perdia a validade
Num piscar de olhos.
Tentei.
Não era.
Entendo que nada vale pena.
Nem amor,
nem mulheres lindas,
nem trepadas longas,
Nem bebidas, confidências,
Dores divididas ao meio.
Ao amanhecer, tudo terminava.
Há algo de errado em mim.
Meu desejo de ser igual,
Se esfuma.
Como peças que não encaixam,
Vidros que embaçam,
Flores que morrem lentamente,
Sem testemunhas.
Não me adapto.
Hoje nem quero.
Sei que pra mim,
sempre é uma armadilha
as avessas, feita pra
machucar quem tenta
me prender.

Luís Fabiano.

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