The End

Ficamos horas falando,
discutindo.
Estas coisas sempre duram tempo demais.
Atrás do remédio,
da cura,
o remendo.
Uma decisão tomada,
Caminho sem volta, beira de abismo.
O ambiente, vai se tornando pálido,
baço,
os sons mais comuns,
vão sumindo, como todo o resto.
Mesmo a televisão que
Fala sozinha,
torna-se testemunha.
Assassinato, crime, morte.
Nos agarramos em frágeis teias,
Que vão rebentando,
uma a uma.
Argumentos que não tem sentido.
Nada me comove.
Nem lágrimas,
nem dor,
Nem as perdas, nem a lembrança
Do que era bom.
Era bom?
Não luto,
não faço força
Não quero, me deixa sair daqui.
Então vem o pior de cada um de nós.
Carinhos dão lugar a mandíbulas afiadas,
A olhares ferinos,
a defesa pelo ataque.
A merda toda que escondemos bem.
Entra tudo que é ruim.
O pior humano a espreita,
Mas já é tarde demais.
De tudo, só ruina.
A porta abre, uma ultima vez, saio
Sem olhar pra trás,
Sem drama na alma,
quase sem arranhão.
Na rua, respiro fundo,
nenhum arrependimento.
Não fiz nada.
Não valia a pena.
Vou embora.

Luís Fabiano.