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sexta-feira, abril 09, 2010


Trecho “...

“ Não queria escrever um romance complexo, psicológico, com rebuscamentos e enredos escabrosos. Seria muito difícil de escrever e de ler. Periferia fazer algo mais simples. A realidade é sempre muito mais complicada. Por isso é inapreensível. A literatura não passa de uma verdade simplificada,uma semi-verdade .Não se pode ser pretensioso. Não se pode aspirar a mais. Na página oitenta do livro refletiu brevemente sobre o assunto. E corrigiu-o até que a idéia ficou como um corte tangencial no texto. Apenas uma ferida superficial no corpo do romance: ”Não seria muito melhor se nunca tentássemos compreender, se aceitássemos o fato de que nenhum ser humano jamais compreenderá um outro, nenhuma mulher seu marido, nenhum amante o seu amante, nenhum pai o seu filho? Talvez por isso os homens tenham inventado Deus, um ser capaz de compreender. Quem sabe, se eu quisesse ser compreendido ou compreender, iria me atordoar a ponto de ter uma religião,mas sou um repórter, e Deus só existe para os que escrevem editoriais.”

Nosso GG em Havana – Pedro Juan Gutiérrez.

Um comentário:

Anônimo disse...

Periferia fazer algo, ou preferia fazer algo mais simples.
Escrever é uma arte. Mas não basta ter boas idéias apenas.

Camila