Pesquisar este blog

quarta-feira, setembro 03, 2008



Abraços de não abraços...

Por vezes que minha memória espelha, lembranças cálidas desfilam no palco de minhas emoções, me pego serenamente rindo,chorando, quando meus carinhos afagam minha alma.
Pensava ternamente em tantos abraços não dados, não recebidos, que a negligencia da estupidez humana por vezes cala,silencia, fere e esquece. Quantas vezes meus braços não encontraram os teus e tudo passou, como passam os ventos que a ignorância que sopra para longe de nossos olhos, mas deixam rastros em nosso espírito,benditos rastros de amargas experiências que vez por outra nos dignificam.
Aprendi algumas coisas, que muito antes de braços se tocarem, mãos se procurarem, olhos se buscarem existe o toque das essências, aromas que se cambiam na busca da quintessência, a mais requintada de todas, ou de cheiros mais fortes, picantes e acres, a parte humana que abre seus olhos para encontrar-se com o anjo de si.
Eis a procura humana onde nem sempre o entendimento é leal e o ideal dificilmente responde, levado por seus momentos, o homem chega as fronteiras derradeiras de suas emoções, dimensão em que o intelecto se cala, a razão emudece, sim, ali de pouco valem explicações milimétricas, medidas de correção, correção, mas o que é isso?
Quisera moldar a correção aos nossos melhores princípios ou as nossas instigantes paixões, mas quando os ventos da alma sussurram, cala-se o restante em ti...mas nossa surdez,nosso querer ver apenas a si grita, estertora ...e não mais sussurros da alma...não mais.
Não percas aqueles que te amam e que tu amas, se de alguma coisa vale o entender, o amor cria pontes para alem do que o concebemos, mas é preciso que abras o teu peito como terra árida sedenta por água, por vida, para que tuas sementes que mergulhadas no silencio escuro do teu ser venham a ser as flores de tua existência...perfume de tua alma, estesia de tua vida.
Olhe bem para quem esta próximo a você, a eternidade é o segundo que se esvai, e isso é tudo que se tem de palpável, tudo é circunstancial, e o que torna as relações transcendentes é a percepção intensa do momento,vivificação do que se é, não perca precioso tempo com besteiras advindas da tua estreiteza, tudo o que vês passa tão rápido, que medida aplicaremos ao tempo que se esvai? Lhe presentearemos com os brilhos de nossa essência, ou com as sombras de nossa ignorância, fria dura e inflexível?
Qual o peso que se usa para medir ambos?
Será que no correr das tempestades uivantes da vida, de ventos intermináveis, chuva abundantes e trovoadas sem fim, negarás breve ajuda ao que nos mais brandos caminhos tropeçou porque quis, acorrentou-se com as próprias mãos, feriu e se deixou ferir por escolha, sim o deixarás por si mesmo? Por vezes a fragilidade reside mais naquilo que se tem do que naquilo que se aspira.
Não sei quantas vezes me perdi, mas sei que sempre estivesses em mim, e eras na noite de meu entendimento a lua e as estrelas, e de dia eras o sol que espantava minhas fragilidades. Soube disso quando vez por outra trocávamos abraços, e tantos foram os teus braços,os teus rostos, tantos foram tuas mãos calejadas, sempre te via nos olhos daqueles que me circundavam, meu coração se rejubilava e eu sorria, talvez como sorriem os puros e ficava em paz, pois onde quer que estivesse sentia o abraço dos teus abraços.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo!!!!!!
Este texto você tirou do fundo do seu coração, certamente a pessoa a quem é destinado este texto, é muito afortunada....... ou é apenas uma metáfora?????
Paz e luz em teu caminho.


Carol

Fabiano disse...

Obrigado pelo elogio.
Fundo do coração, o que é isso?
O texto não é destinado a nada,ele é apenas uma mentira muito bem contada, apenas uma desimportante de minhas sete faces.
O que torna uma coisa verdade?????